Entre as línguas mais faladas do mundo, o português é língua oficial de 8 países: Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. É igualmente língua cooficial de Macau.
Isto traduz-se em duas normas ortográficas, dois sistemas oficiais: um no Brasil, conhecido como português do Brasil, e outro em Portugal e nos restantes países de língua oficial portuguesa, conhecido como português europeu ou português de Portugal.
Com o propósito de uniformizar e unificar a ortografia nos países de expressão portuguesa, aproximando a palavra escrita da oral, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi assinado em Lisboa em 1990 por representantes oficiais dos países de língua portuguesa. Até hoje, foi ratificado pela maioria dos países, exceção feita Angola e Moçambique. Em 2009, entrou em vigor e começou a ser implementado em documentos oficiais, escolas, imprensa, etc. Por forma a dar tempo às pessoas para se adaptarem, foi definido um período de transição. Durante esse tempo, seis anos no caso de Portugal, as duas ortografias eram válidas e podiam coexistir. O período de adaptação terminou em inícios de 2015.
O objetivo do acordo é fortalecer o papel da língua internacionalmente, garantindo uniformidade linguística entre todos os países onde o português é língua oficial. No entanto, apesar das intenções de simplificação da língua a todos os seus falantes, a validade e valor legal do acordo foi e continua a ser questionado por alguns linguistas, filólogos e académicos, que veem o mesmo como uma ameaça à identidade portuguesa.
A escrita de acordo com a nova grafia não causa, nos leitores não familiarizados com as alterações, qualquer dificuldade de compreensão. Afinal, apenas 1,6% dos vocábulos da norma europeia foram afetados pelo acordo ortográfico (AO). Contudo, este tem sido objeto de desacordo e contestação pelo mundo lusófono.
Alterações introduzidas pelo AO incluem:
Enquanto linguista, conheço bem as alterações e certifico-me de que mantenho um conhecimento profundo das duas grafias, de forma a corresponder sempre às preferências e necessidades do cliente. Uma vez que Angola e Moçambique ainda não ratificaram o acordo, estas alterações ortográficas não se aplicam em traduções destinadas a serem usadas nestes dois países.
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