Palavra do Ano 2019

 

A PALAVRA DO ANO® 2019, uma iniciativa da Porto Editora, foi anunciada esta segunda-feira na Biblioteca Municipal José Saramago, em Loures. De entre uma lista com dez palavras candidatas ao título, a palavra escolhida pelos cibernautas este ano foi “violência”.

A palavra “violência”, associada ao tema da violência doméstica, recolheu 27,7% dos votos com mais de 20 mil registados.

 

 

Ao longo do ano, vários foram os relatos de casos de violência doméstica que levaram à morte da vítima e, por vezes também, de familiares desta.

Segundo a APAV, o crime de violência doméstica abrange “[q]ualquer acção ou omissão de natureza criminal, entre pessoas que residam no mesmo espaço doméstico ou, não residindo, sejam ex-cônjuges, ex-companheiro/a, ex-namorado/a, progenitor de descendente comum, ascendente ou descendente, e que inflija sofrimentos: Físicos, Sexuais, Psicológicos, Económicos”.

 

A liderar a votação desde o início esteve “sustentabilidade”, que conquistou o 2.º lugar com 27,6% dos votos, apenas uma décima a separar do primeiro lugar.

O tema da sustentabilidade ganhou bastante relevo ao longo de 2019, sobretudo devido à preocupação com as alterações climáticas e suas consequências para as gerações futuras.

 

A fechar o pódio, e com 13,8% dos votos, ficou a palavra “desinformação”. Os portugueses não são indiferentes ao problema da difusão de informações falsas através das redes sociais. Esta não é uma questão estritamente nacional, mas dada a celeridade com que as notícias circulam, a dificuldade em desmentir notícias falsas é real. Para ajudar a colmatar este problema, a SIC e a SIC Notícias estrearam em 2019 o programa Polígrafo SIC. Autodenominado de “O primeiro jornal português de fact-checking”, este projeto tem como “principal objetivo apurar a verdade – e não a mentira – no espaço público”. Entre outros, o Polígrafo ganhou os prémios Lançamento do ano, Inovação editorial do ano e Projeto digital do ano da Meios & Publicidade.

 

Os restantes termos a votos foram: “jerricã” com 7,5%, “nepotismo” com 5,7%, “seca”, com 4,3%, “trotinete”, com 4,2%, “lítio”, com 4,2%, “influenciador”, com 4%, e, em último lugar, “multipartidarismo” com 1% dos votos.

Violência [doméstica] junta-se assim à lista de palavras vencedoras, que conta já com as seguintes: “enfermeiro” (2018), “incêndios” (2017), “geringonça” (2016), “refugiado” (2015), “corrupção” (2014), “bombeiro” (2013), “entroikado” (2012), “austeridade” (2011), “vuvuzela” (2010) e “esmiuçar” (2009).

 

Angola e Moçambique

 

Esta votação realiza-se também em Angola e Moçambique, por iniciativa da Plural Editores. Em Angola, a palavra vencedora será apurada a 17 de janeiro. Já em Moçambique, a palavra eleita pelos moçambicanos foi “reconciliação”, com 29% dos votos. A escolha terá sido influenciada pela visita do Papa Francisco ao país no mês de setembro, altura em que fez inúmeros apelos à reconciliação e à paz.

Classificadas em segundo e terceiro lugar, respetivamente, ficaram “extradição” (23%) e “catástrofe” (13%). “Extradição” resulta do escândalo que envolveu o antigo ministro das Finanças, Manuel Chang, detido na África do Sul na sequência de um mandado de captura internacional. Já “catástrofe” refere-se à destruição de vidas e bens causada pelos ciclones tropicais Idai, em meados de março, e Kenneth, em finais de abril, no Centro e Norte de Moçambique.

A lista de candidatas contou ainda com as palavras: “eleições” (8%), que ficou em 4.º lugar, seguida por “instabilidade” (8%), “pastor” (6%), “investimento” (5%), “xenofobia” (3%), “prisão” (3%) e “tráfico” (2%).

 

 

2020 está agora a começar e eu cá não arrisco palpites para as palavras candidatas a Palavra do Ano 2020. Resta-me desejar que a lista de palavras a ir a votação no final deste ano seja maioritariamente composta por termos de cariz positivo.

Votos de um 2020 de muito sucesso!

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